quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pregnancy Brain Dream


Sonhei que havia um buraco na minha cabeça por onde saia meu cérebro, caindo na pia do banheiro em pedaços. Tentava resgatá-lo da pia mas ficava desintegrando e caindo pelo ralo. Vejo os pedaços do cérebro na minha mão, o sistema límbico, tal como estudei. Tudo é tão pequeno, borrachento e frágil! Fico preocupada se isso vai entupir a pia...
Olho para meu umbigo e vejo que ele se deslocou para perto do quadril direito e que está grande e distendido, como o mamilo, mas com textura de cérebro. Não estou entendendo mais nada!

domingo, 22 de julho de 2012

Rabugices e paradoxos da gravidez


Que paradoxo. No momento em que a natureza mais te chama para o interior, para seus instintos mais básicos, para o aqui-e-agora encarnado no teu umbigo, a grávida também vira algo extremamente exposta e pública. Passe mais de 2 segundos com qualquer estranho que logo vem a bateria de pergutnas…quantos meses, menina? Menino? Tem nome? Saco. 
Eu tenho sentido esse chamado para me interiorizar cada vez mais e mais forte. Acho que falo menos, escuto menos, me importo menos com coisas além do meu âmbito ou interesse imediato. Nem mesmo com minhas colegas grávidas sinto o apelo de trocar amenidades. Pois essa brecha também existe, firme e forte – basta duas grávidas se encontrarem que parece haver uma obrigação em trocar figurinhas e comparar estados. Participo o mínimo possível, me atendo a questões de se está tudo bem, quantos meses…mas nem me importo em pergutnar se é menino, menina, se tem nome, etc…Já acho íntimo demais –  acho um saco quando me pergutnam, então deixo para lá. Que diferença faz para mim?
Não consigo pensar em outro estado que gere tanta intimidade com estranhos quanto a gravidez, realmente não consigo. Tudo bem, dá para entender…há uma certa aura, uma curiosidade, um fascínio pela criação da vida, etc. etc…mas lidar com isso dos outros enquanto se está grávida está provando ser algo puxado para mim. Imagino que tenha gente que goste, que não se importa nem um pouco em ser alvo de atenções e pergutnas, que goste de exibir a barriga e os dados obstétricos, tudo bem. Eu que estou cansada disso, quero hibernar no meu cérebro mamífero e não ter que dar mais essas satisfações…ainda mais agora, “perto” que estamos do parto, as perguntas começam a se forcar nesse evento, como se eu pudesse saber de tudo que vai acontecer no dia, na hora. Parto normal ou cesária..ok, estou programando normal, mas é Deus quem sabe mais do que vai ser. Que dia? Ai que saco, já comecei a dizer, última quinzena de setembro, isso de se dizer uma data me parece uma piada, tanto porque já recebi 3 DPPs confiáveis, então tanto faz. Médico (como se fizesse diferença, você vai conhecer?)/hospital? Aí já invento qualquer distração para não ter que entrar na questão do domiciliary, pois dependendo da pessoa já dá margem a toda uma conversa na qual tenho que justificar essa escolha e apresentar todos os dados de segurança. Que mais? Ah, sim, as histórias de fulana filha de fulana prima de fulana que teve nenem a outra semana/outro ano/vai ter em dezembro…que diferença faz isso para mim? Sim, sei, estou chata. Mas sinceramente, que diferença faz a história de fulana para mim? E tem as perguntas do tipo “tá preparada?” ou “tá com medo?” ou “tá ansiosa?” Sim e não, sim e não, sim e não. Não tenho respostas simples para ninguém.

Enfim, acaba cada um seguindo a vida, cada estranho saindo do elevador no seu andar e que diferença fez?

Existem pessoas certas para fazer certas pergutnas. Essa é minha conclusão.
Shhh!!

sábado, 14 de julho de 2012

Montando casa - parafusos e bebês


Como dois jovens adultos saindo de casa pela primeira vez, ainda mais para já constituirmos família própria, há uma certa pressão implícita, quando não bastante explícita, para que nos provemos capazes, responsáveis, independentes e com juízo.

É por isso que ninguém vai ficar sabendo do incidente das cortinas e milhões de outros percalços no caminho que encontramos hoje enquanto teimosamente insistimos em montar muitas partes da casa nós mesmos.

Dois signos de fogo, ambos felinos na nossa honra e orgulho, não queremos dar o braço a torcer que talvez poderiamos ter pedido ajuda...mas enfim, nem pensamos que seria preciso, de tão confiantes que somos.
Até que a primeira cortina se instala e percebemos que, detalhe dos detalhes, instalamos os suportes um pouco aquém do tamanho da janela e isso faz uma diferença danada...quer dizer que temos uma janela de, digamos, 2 metros e uma cortina bem no meio dela cobrindo, hmm, digamos, 1 metro e cinquenta...

É perceber depois de ter encomendado as prateleiras de vidro (com tanto orgulho! encomendei, paguei e busquei sozinha!) Não tem lugar para elas do jeito que haviamos pensado. Sabia que parafuso não se instala no meio da cerâmica? Pois bem, não. Isso ficou óbvio quando estavamos com a furadeira em mão olhando para a parede do banheiro, mas na hora de tirar as medidas e imaginar as prateleiras, por algum motivo, isso nos escapou.  Então temos uma prateleira em um lugar de gente normal e uma comicamente colocada parte dentro do box e parte fora. Talvez prove ser útil e bem funcional, vai saber.

Ai de nós quando os pais ficarem sabendo. Por isso vamos nos esforçar ao máximo para que isso não aconteça...ninguém vai usar o banheiro quando for visitar, hehe, vamos levar todo mundo o mais rápido possivel para comer fora. E nada de entrarem no apartamento até a gente ter tirado a maldita cortina da sala, reinstalado a nova e coberto os buracos que denunciam nossa juvenil prepotência e ignorância!!

Mas o resto está indo bem. Nos assustamos com compras rápidas que facilmente chegam aos mil reais, o bebê chuta forte forte no caixa, devido a minha adrenalina de passar o cartão. Tirando isso...conseguimos fazer bastante e estou aprendendo muito mais sobre cortinas, parafusos, instalações e preços variados de Brasilia do que jamais imaginei saber.

E a cada canto que sujamos de pó da furadeira, a cada buraco errado que furamos, a cada vez que deitamos exaustos na cama para descansar até a próxima rodada de trabalho, aquele lugar vai se tornando nosso e vai ganhando vida.

Ainda não acredito que vamos estar MORANDO lá, os dois, depois os três. Eu sou meio problemática com mudanças. Mudanças de casa, mudança de companhia, de vida, isso tudo me desnorteia imensamente. Estou preocupada de que três mudanças tão grandes quanto sair da casa da minha mão, ir morar junto com meu namorado e ter um bebê estejam tão próximas uma da outra. Rezo para que possa ter me ajustado pelo menos razoavelmente até setembro, até ela chegar. Deus me dê uma forcinha?

Sofia-emilia-olivia mexe com mais ímpeto agora, ou pelo menos nesses últimos dias. Parece que tem passado mais tempo acordada/mexendo que antes. Não sei se isso se deve à minha ansiedade crescente, pode ser, provavelmente é? Não tenho dormido direito faz três noites agora.

Tudo está tão real e concreto e ao mesmo tempo me pego várias vezes por dia levando sustos ao me dar conta que, sim está tudo acontecendo, sim haverá um bebê em pouco tempo entre nós, uma filha. Não consigo fazer com minha mente pequenina entenda esse conceito. É gigantesco, é além da cognição. Eu, mãe. Nós, pais.
Realmente...forcinha aí deus...grata

sexta-feira, 13 de julho de 2012

30 semanas

Acho que se percebe que o final de uma gestação está chegando quando você se pega lendo mais sobre o parto e o  que acontece depois que o bebê chega do que sobre a gestação em si. Isso dá um calafrio e também certa nostalgia...já estou tendo que me acostumar com a ideia de que gravidez não é para sempre. É ambíguo mesmo, fazer o quê. Começo a fazer uma listinha na minha cabeça de coisas boas que vou poder voltar a fazer sem a barrigona. Primeiro, opções de roupa vão aumentar (oh, grande consolo...), vou poder me movimentar com mais liberdade. Vou poder comer sem pesar cada migalha, afinal, será só meu corpo a ser afetado. Que mais? Sei que tem mais...mas no momento está difícil. Ah sim, os mal-estares aleatórios...
Pelo jeito, tenho o que os outros chamam de barrigão. Eu nem acho ela tão grande assim, ela me parece bem proporcional a meu corpo. E tem manhã que acordo e vou pulando da cama sem sentir seu peso que só vem ao longo do dia.
Não sei se é devido à rotina mais pacata, mas tenho dormido mais, algo do qual não posso reclamar. mais que doze horas. Não de uma vez. Só estou meio carente, passando muito tempo sozinha. Os gatos parecem sentir, me seguindo pra lá e pra cá sem parar. Ou talvez eles também estejam carentes. Devido a tudo isso, minha noção de tempo está pra lá de estranha. Não sinto mais da mesma forma. Fui ao supermercado jurando que pelo menos meia hora havia passado e quando olho no relógio não fiquei nem 15 minutos. Aí estou viajando na maionese e me dou conta que não sei ao certo se é de manhã, de tarde, de noite e se o que aconteceu uma hora atrás foi ontem ou hoje mesmo.
Comecei a tricotar o cobertorzinho de novo, pela enésima vez. Desfiz o velho cheio de buraco e erros e comecei de novo. Acho que agora vai.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Enter 3rd trimester

1st trimester was a tornado. Granted, I only know about it for 2 months, but they were the worst 2 months ever.
2nd trimester was a chance to breathe again and watching my body expand, expand. Coming to terms and lots of traveling.
3rd trimester has just been ushered in. There is a great silence here. We are setting up our house, we are setting up our concrete future. Me, dad and baby. I don't know what that means, yet, moving in with my boyfriend. Moving out of parent's house. I can't think. Add a baby into all that. Anxious and overwhelmed. Who said I could do this? God, you think I can do this? Baby? You trust me? Will you help me learn about you? Will you be patient with me?  I promise I'll try to be with you too...do you think we can work together through this? Your mom is almost a baby herself.
You're getting more and more snug, compressed, pressured. We are both pressured.
My back is arching and aching more, my belly is taking over my body and my mind is slow, slow, slow, coming to a stop.