quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A escolha de dormir no chão com Cora

Pra resumir - Eu durmo num colchão no chão ao lado do colchão da minha filha no chão. Não porque gosto de complicar as coisas, exatamente au contraire. E se eu tivesse a chance de refazer minhas escolhas de como viver com um bebê pequeno, em vez de dois colchões separados seria um colchão grandão, um único, onde dormiríamos os três, se assim meu marido quisesse também. 

Quero escrever sobre isso porque quero compartilhar como foram surgindo essas adaptações que cada vez mais parecem me levar um pouco mais longe do que seria convencional ou "normal", sei lá. Tal como foi na gravidez e no parto, aliás. Só não sabia disso antes dela nascer, que existem nuanças de humanização muito além do parto, em cada aspecto da rotina com um bebê, e imagino também, com uma criança. 
Cheguei ao cenário atual aos poucos - no início éramos eu, Cora e um berço. Ela não teve, aparentemente, muitos problemas com o berço. Dormia bastante lá, quando eu conseguia abrir mão de tê-la por perto e deixá-la no berço. Por volta do primeiro mês ela passou a dormir a NOITE INTEIRA lá, 8 horas seguidas fácil. Parecia que não havia mais nada o que pensar, estávamos feitos. Mas, claro, tudo muda e bebês mudam. 

Tranquila no berço

Ela voltou a acordar com frequência para mamar (ou outra coisa) com 4 meses e foi aí que os ajustes começaram. A princípio eu saia da minha cama, zumbí, claro, e me arrastava até o quarto dela, tirava do berço, sentava na poltrona e ficava com ela no peito até ela cair no sono novamente e eu colocá-la de volta. Ok, tranquilo...o jeito é ter paciência mesmo! Mas eu comecei a revirar minha cabeça por ideias de como melhorar nossa vida noturna. Ela estava começando a sentar sozinha e já estava no horizonte aquele tal dia que ela ficaria em pé sozinha no berço e eu tinha que achar uma solução, porque, infelizmente (mas que foi felizmente!!) o berço estava mal juntado, usado e a cola que o segurava não aguentaria os primeiras saculejares dela. Além do mais, a trava de segurança que abaixa e sobe não abaixava nem subia, estava presa. Então calhou que na época que eu estava no dilema do que fazer com o berço, contemplando comprar já uma caminha de criança e colocar o colchão no chão até ela aprender a subir e descer da cama - mas super na dúvida - eu descobri a existência do "quarto montessoriano". Olhei o blog feliz da vida e com sede, pois sabia ter encontrado minha solução! Além de tudo, tinha todo uma fundamentação teórica bonitinha! Mas isso foi só um detalhe, nada do que fiz foi teórico.  

Cora ao lado da sua caminha, antes do meu colchão aparecer na história...

Então com 6 meses adeus berço! Coloquei o colchão dela no canto do quarto em cima de um tapetinho, rodeiei de almofadas e voilà! Ela acordava a noite e a rotina era a mesma, pegava, sentava na poltrona, mamava, colocava de volta. Até que, devagarinho, foi me encostando no colchão dela, primeira sentada encostada na parede e depois detiada, dando de mamar deitada. A dentição começou a pegar por volta dos 8 meses e me via saindo da cama quase de hora em hora para ficar com uma pequena dolorida e com dificuldade de dormir sozinha. Acabava dormindo sentada contra a parede. Quando enchi o saco, peguei um monte de edredon do armário e fiz um colchão improvisado para mim ao lado do dela. FIquei assim talvez uma semana quando me dei conta que seria muito mais humano se eu simplesmente assumisse a situação e comrpasse um colchão de solteiro para que eu não parecesse tanto um cachorrinho dormindo nos meus panos no chão. Então parei na loja, comprei o colchão mais simples que havia e pronto!!! Agora deito do lado dela todas as noites, nem levanto na hora de mamar, sirvo até de barreira natural para ela não rolar no chão e não é incomum acordar de manhã e ver que ela rolou até meu lado e está completamente aconchegada no meu calor. 

Em outras palavras, o que quero dizer - tudo isso para chegar à conclusão de que cama compartilhada realmente era o que eu precisava e gosto. Parei de contar quantas vezes ela acorda - são várias - mas faz parte, não me estresso nem fico esperando a noite em que magicamente ela irá deixar de precisar de mim. Simplesmente aceitei e fiz as pazes com a mudança (talvez) temporária no meu estilo de vida. 

Valeu a pena. E sei que tudo o resto também passa por esse processo - de ser "desplugado" do que o senso comum diz, as práticas comuns dizem, e escutar a MIM MESMA e minha filha, escutar o que NÓS, familia, precisamos e o que faz sentido para nós. Quanto mais escuto isso mais vou destoando e mais me sinto realizada e em paz enquanto mãe - e pra falar a verdade, enquanto pessoa!