Eu já não me lembro muito bem dos primeiro mês, tenho que fazer um esforço para trazer as lembranças e sensações à tona. Mas sabe de uma coisa? Percebi que há sabedoria nesse mecanismo de fácil esquecimento, pois o primeiro mês foi bem...digamos...incrivelmente assustador. A começar pelo parto, cujas lembranças ressurgem em momentos inesperados, especialmente no corpo, em forma de sensação física mesmo. Meu corpo está se ninando ainda e preciso ter cuidado com ele. Depois os primeiros dias, as primeiras impressões...O medo de que aquele primeiro mês NUNCA FOSSE PASSAR. A fragilidade de seu corpinho, do meu corpinho. O pavor de tudo, do desconhecido.
Agora estamos em outra fase. Já nos conhecemos um pouco melhor e Cora começa a explorar os arredores. É muito engraçado observar um ser humanozinho descobrindo o mundo por meio de seus sentidos recém desenvolvidos, tão deslumbrados com tudo.
Não olho para trás no sentido de pensar, ai, e se ela não estivesse aqui? Eu até me pergunto, sim, mas com um medo terrível, pois acho que ela estar aqui está tão melhor do que qualquer outra possibilidade. Ela mudou tudo irremediavelmente para o melhor, deu um upgrade na vida, na familia, nas relacoes, nas prioridades. Cora virou a página, uma página que estava teimando em ficar grudada lá, forever estanque. Abro o caminho com satisfação para você, pequena, que as prioridades sejam suas agora, pois as minhas estavam com nada, só me enlouquecendo e neurotizando.
Faço grandes planos para você - penso no seu quartinho daqui uns anos. Penso no cantinho de artes que vamos fazer, nas idas ao parque, nas visitas aos avós, nos livrinhos que vamos ler. Mais tarde, na escolinha, no esporte/dança/atividade xis que você vai curtir...nas manhãs preguiçosas de domingo, todos de pijama na cozinha, você contando altas histórias e aventuras que teve nos seus sonhos.
Enter Age of Cora.
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