quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O segundo ano

Quis escrever sobre isso pois li muita coisa sobre o primeiro ano do bebê, mas depois disso, parece que os relatos maternos caem em quantidade de forma drástica…espero agregar um pouco a essa escassez...
O que estou aprendendo com o segundo ano de vida da minha filha:


1. Que é muito mais difícil que o primeiro. Pra mim. E também, mais fácil. Me explico: Os desafios de vê-la desabrochar enquanto pessoazinha na sua confusão e frustração de aprender o que é ser esse ser social, é de partir o coração muitas vezes, além de me levar ao meu limite over and over again, também enquanto um ser social! Tem horas que quero me enfiar num buraco do tempo e sumir, não ter mais filho nem essa missão enorme diante de mim. Mesmo amando ela até não poder mais. Mas ao mesmo tempo, é fascinante, é ver alguém se formando, alguém que traz consigo sua personalidade - se encontrando com os nossos jeitos, a nossa família - é um encontro das águas. E claro, também é mais fácil pois o papel de "mãe" já ficou mais naturalizado, já caiu mais da ficha, já estou mais 'safa' e acostumada com a ideia de que há um ser que depende quase que 100% de nós.

2. O que nos leva ao segundo ponto - ela não está tão dependente de mim, não precisa de mim, ou nem ME QUER o tempo todo. Essa mudança (rejeições, tempo com avós, tempo só com o papai)  foi difícil e libertador ao mesmo tempo. Nas primeiras vezes que passei horas longe dela, tinha taquicardia o tempo todo. Era EU que precisava dela. EU! Até conseguir criar um espaço só meu, demorou e foi todo um trabalho de lembrar o que eu gostava de fazer antes de ter um bebê na minha vida. Aí foi o segundo passo de me permitir!! A culpa entrava, "como assim, estou curtindo tempo SEM minha filha?" Sei que muitas mães passam por isso muito antes, quando voltam ao trabalho ao final da licença maternidade, mas pra mim tem sido agora. Não sei quais são as diferenças ou semelhanças do processo em diferentes idades, mas imagino que existam.

3. Amamentar é muito diferente nesse segundo ano. Não sei o que mais dizer sobre isso, além de que quero continuar, gosto, mas percebo as nuanças de como o relacionamento dela com meus seios e corpo mudou. Como ela usa o mamar, ou precisa do mamar…Definitivamente não é como antes, aquela fusão total no peito, aqueles minutos looooongos de intensa nutrição.

4. O último ponto, por ora, é que o desafio de percebê-la enquanto alguém separada de mim começou muito mais cedo do que eu imaginava. A fusão dos primeiros meses foi tão forte…aí as conquistas da segunda metade do ano foram tão empolgantes, mas junto com suas conquistas veio a ansiedade de separação, aqule chororô longe de mim….e aí um ano vem…e voilà, as primeiras separações voluntárias aparecem….que choque! não estava preparada para isso e toda a forma que organizei meus dias, meu trabalho, giravam em torno do fato de que eu precisava estar presente pelo menos 96% do tempo. Mas, ó, não é bem assim! Quando foi que isso aconteceu? Nem vi!  Especialmente com o surgimento da linguagem, dela entender e começar a ativamente usar palavras, isso é um indício grande desse passo, desse crescimento e individuação. Por exemplo: a palavra "NÃO", tem coisa mais afirmativa do "si mesmo" do que NÃO?

É isso por ora…só estamos no 4o mês desse segundo ano. Imagina quando ela chegar aos 2 anos? Muitas descobertas por vir (e me refiro às minhas!!).

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