terça-feira, 30 de março de 2010

Lullaby


Cat sprints by, in one of his post 11 PM crazes.
Sounds of cars vaguely passsing by my window. Hope they get home.
The gentle humming of the computer, warming up my room.
Cold wall where upon leans my left leg.
Taste of yogurt in the back of the throat. Need to brush teeth.
Slight pain on the upper thighs reminding me of L4 and L5.
Sound of T.V. off. Rare.
Other cat comes to check up on me.
Clack clack clack of keyboard keys under my fingertips. Typing for the sake of typing.
White clouds from the full moon out my window.
Tastes like Tuesday. Martedì, oui.
Eyes heavy from a lot.
Flashes of the one and only March 30th, 2010.
The sound of everyone else asleep but me.
Breathing ok.
The promise of coffee in 8 hours or so. Smile.

sábado, 27 de março de 2010

I Am in Need of Music


I am in need of music,
Over my fretful, feeling fingertips,
Over my bitter-tainted, trembling lips,
With melody, deep, clear, and liquid-slow.
Oh, for the healing swaying, old and low,
Of some song sung to rest the tired dead,
A song to fall like water on my head,
And over quivering limbs, dream flushed to glow!

There is a magic made by melody:
A spell of rest, and quiet breath, and cool
Heart, that sinks through fading colors deep
To the subaqueous stillness of the sea,
And floats forever in a moon-green pool,
Held in the arms of rhythm and of sleep.

Elizabeth Bishop

There is a magic made by melody:

When all things simmer, music soothes. When all things dull, music livens, like water on my head.

The other day I had that famous discussion with my mother, if you had to choose, would you rather be deaf or blind? I didn't hesitate to say "blind" at the same time as she said "deaf". I asked, but how could you live not knowing music? And she said, imagine not being able to see light?

People often observe rather quickly (when not blatantly making fun of) the fact that I half sing all the time instead of talk. If there's a silence, I soon find a tune. I also have a magical gift (or so I like to believe) of generating songs that grasp its lyrics onto my issue of the moment. I'm worried about something, or pensive with fretful feeling fingertips,or just living - and soon a song comes to existance. Once I even woke up with a song pouring out as I brushed my teeth.

With melody, deep, clear, and liquid-slow

Some time later I realize the incredible mechanisms of the mind, which like a dream, give me answers and syntheses in deep symbolism and poetry through music. It's my daytime dream mechanism. Like a child, I'm always somewhere between the concrete and the onirical, in the subaqueous stillness of the sea, held in the arms of rythym and of sleep, dream flushed to glow...

Dream flushed to glow!

quarta-feira, 24 de março de 2010

I just realized how much I hate writing about this


Essa é a minha despedida. Algum tempo depois, finalmente te alcancei.
Você dizia, "Maya, não precisa ser nem 8 nem 80”.
Nem 8 nem 80, nem 8 nem 80...
Esses números ecoaram por meses junto com o tal "Tá tudo bem! Tá tudo bem, confia em mim", que você também repetia ad infinitum quando eu tomava coragem para te apontar a obviedade de nossa problemática situação.
Eu, você e ela, a terceira pessoa do singular.
Por volta dos 40, então, levamos a dança, hipnotizados (ou hipnotizada, não sei bem), pela velocidade e urgência estilo Romeu e Julieta. Ou, (sister forgive me) estilo Crepúsculo. So we parted ways. Ok.
Porém o tempo passa e a tal roda da vida nos re-colocou no caminho um do outro, se bem que nunca nos afastamos de verdade. A distância era só do silêncio, pois em tudo o mais, estávamos atentos. So we met ways. Ok.
Nós.
Quando o assunto virou a primeira pessoa do plural, a equação dos extremos virou de ponta cabeça e fiquei na beira do caminho estupefata. Agora era zero ou 100. Você queria tudo e o meu tudo não era tudo, numa nova equação enlouquecedora. Temos o dom para a matemática insana, vou te contar. Quanto mais eu dava e tentava me adequar (ó palavra maldita), mais você fugia no seu mundo de cismas, de inseguranças e racionalizações. Da minha parte nem sei dizer o que fiz, fiquei tonta demais seguindo seus movimentos.
E depois de muita turbulência, você sumiu ao zero.
Bravo, bravo, o truque realmente foi impressionante e me deixou sem chão por uns meses. Desnorteada. Um dia tínhamos filhos com nomes e sobrenomes e no outro a frieza da voz que me diz,"O que temos para conversar? Preciso ir".
Nessa última cena, finalizei minha tentativa ridícula indagando às suas costas enquanto se afastavam:
(voice shaking with indignation)
“Então é isso?”
(man stops, turns around, thinks for about 2 seconds before drawing his pistol and shooting)
“É. Só isso.”
(Girl’s legs crumble beneath her. Man puts pistol away and exits to the right)
Preciso confessar que agora sei que você tinha razão, pelo menos nas suas últimas palavras, o melhor presente que você podia ter me dado. É só isso, that’s it. Não há mais o que conversar, pois tudo se encaixa e se fecha. Não te sigo mais, não dói mais, não há mais sentido.
Às vezes o melhor final é o enxuto.

segunda-feira, 22 de março de 2010

my baby blog




It’s like I have a new-born baby now and I feel like checking up on it every few seconds, wondering if it’s ok. Wondering if it needs anything through the silence. Blogging... I always thought of blogs as spaces for cultural/intelectual/thematic discussions and expression, and all I see here is me, in the simplest expression.
I know I wrote yesterday, and part of me thinks, shouldn’t I wait before posting something else? Shouldn’t I have a post that sings to the world, that touches souls and consciences? Considering, however, that I’m probably the only one reading this, what does it matter?
It boggles my mind how much I do exactly that – regulate my actions as to mirror some unsaid rule or outside expectation, as if the world actually interprets my every move.
What does it say about me that I write as if my hands were on fire, what does it say about me that I feel the urge about 100 times a day, that the only feeling that parallels the contaiment I get from words is the intimacy of someone’s hands and mouth near mine?
I guess it says exactly what it does. My hands are on fire, the urge urges and holding is what I seek.

Fechando o verão


O berço - berço da criação
Proteja essa criança do perigo
Filho de todos os amanhãs
Durma tranquilo em meus braços
Um belo dia,
Ao despertar,
Você descobrirá
No que veio Servir
À Humanidade.
Mi viene da piangere, diante da dificuldade que se ergue diante de uma tarefa tão simples. O que começou hoje como uma onda de bem-estar, disposição e vontade –
Não consigo me concentrar em nada. Planos começam a traçar suas linhas, esboços...mas esse esboços se multiplicam em tres mil duzentos e trinta sete planos. Todos palpitantes, todos urgentes. O que começa como um caminho que se abre se torna uma série de visões embaçadas que me dão dor de cabeça.
To want everything is to be doomed to nothing. But what can I exclude from wanting? Quando o véu do não-desejo se levanta, sou como uma analfabeta no campo do desejo e da direção.
É pau, é pedra, é o fim do caminho, é o trabalho, carreira, investimento, currículo, carreira, pós, estudo, xerox, textos, estágio, mestrado? existencialismo, família, passado, terapia, futuro, pânico, orçamentos, equilíbrio, equilíbrio, correr, dançar, andar, prazer, corpo, dieta, não-dieta, o sono, o acordar, o dia, a noite, os sonhos, a rotina, o carro, a gasolina, é a lama é a lama, são as águas de março...continuo?
O estar, o ser, as unhas, a pele, os conselhos, as consultas, a agenda, o preço, o planejamento, o mês, a semana, o boleto, onde quando como quem que, o sapato, a calça, o engordar, o emagrecer, o vai e vem, os questionamentos, as perguntas, o deslumbre, o retrair-se, fazer nada, fazer algo, o aqui-e-agora, a pressão, o libertar-se, o esmalte, o perfume, a música, os meninos, as meninas, o amor, o médico, o comprimido branco, o ipod branco, o caderno, a caneta, o depósito, o agendamento, a mãe, a mãe, a mãe, a irmã, os telefonemas, o pai, a neve, o calor, a passagem, a praia, a casa, o país, o JN, o jornal, a revista, as opções de layout do gmail...a ética e a estética. Boludeces y no boludeces. Algo me diz que tudo isso deveria estar no automático, estar ciente de cada detalhe que envolve a vida é cruciante.
Sei que preciso ter paciência comigo mesma, mas o que é isso que acontece? Me assusta tanto que me sinto absolutamente ridícula de falar o quanto. Mesmo. 24 horas não são suficientes, uma vida não chega nem perto. Intensidade a 120km/hr.
São os livros não-lidos que formam pilhas e pilhas.
História, literatura, poesia, filosofia, arte, sociologia e, como esquecer, a psicologia. Estes em especial me dão choques elétricos. Os nomes que antes eram tão confortantes e instigantes...agora mantemos uma distância respeitável. Quando vão descobrir que sou uma intrusa num mundo que não pertenço, como em tantos pesadelos onde não carrego uma identidade e me esquivo de quem possa descobrir e me matar?
Talvez daí venha minha obsessão com pés, em especial os meus. Não quero mais a cabeça, quero os pés.
Preciso aterrizar mas perdi a âncora.