quarta-feira, 24 de março de 2010

I just realized how much I hate writing about this


Essa é a minha despedida. Algum tempo depois, finalmente te alcancei.
Você dizia, "Maya, não precisa ser nem 8 nem 80”.
Nem 8 nem 80, nem 8 nem 80...
Esses números ecoaram por meses junto com o tal "Tá tudo bem! Tá tudo bem, confia em mim", que você também repetia ad infinitum quando eu tomava coragem para te apontar a obviedade de nossa problemática situação.
Eu, você e ela, a terceira pessoa do singular.
Por volta dos 40, então, levamos a dança, hipnotizados (ou hipnotizada, não sei bem), pela velocidade e urgência estilo Romeu e Julieta. Ou, (sister forgive me) estilo Crepúsculo. So we parted ways. Ok.
Porém o tempo passa e a tal roda da vida nos re-colocou no caminho um do outro, se bem que nunca nos afastamos de verdade. A distância era só do silêncio, pois em tudo o mais, estávamos atentos. So we met ways. Ok.
Nós.
Quando o assunto virou a primeira pessoa do plural, a equação dos extremos virou de ponta cabeça e fiquei na beira do caminho estupefata. Agora era zero ou 100. Você queria tudo e o meu tudo não era tudo, numa nova equação enlouquecedora. Temos o dom para a matemática insana, vou te contar. Quanto mais eu dava e tentava me adequar (ó palavra maldita), mais você fugia no seu mundo de cismas, de inseguranças e racionalizações. Da minha parte nem sei dizer o que fiz, fiquei tonta demais seguindo seus movimentos.
E depois de muita turbulência, você sumiu ao zero.
Bravo, bravo, o truque realmente foi impressionante e me deixou sem chão por uns meses. Desnorteada. Um dia tínhamos filhos com nomes e sobrenomes e no outro a frieza da voz que me diz,"O que temos para conversar? Preciso ir".
Nessa última cena, finalizei minha tentativa ridícula indagando às suas costas enquanto se afastavam:
(voice shaking with indignation)
“Então é isso?”
(man stops, turns around, thinks for about 2 seconds before drawing his pistol and shooting)
“É. Só isso.”
(Girl’s legs crumble beneath her. Man puts pistol away and exits to the right)
Preciso confessar que agora sei que você tinha razão, pelo menos nas suas últimas palavras, o melhor presente que você podia ter me dado. É só isso, that’s it. Não há mais o que conversar, pois tudo se encaixa e se fecha. Não te sigo mais, não dói mais, não há mais sentido.
Às vezes o melhor final é o enxuto.

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