segunda-feira, 22 de março de 2010

Fechando o verão


O berço - berço da criação
Proteja essa criança do perigo
Filho de todos os amanhãs
Durma tranquilo em meus braços
Um belo dia,
Ao despertar,
Você descobrirá
No que veio Servir
À Humanidade.
Mi viene da piangere, diante da dificuldade que se ergue diante de uma tarefa tão simples. O que começou hoje como uma onda de bem-estar, disposição e vontade –
Não consigo me concentrar em nada. Planos começam a traçar suas linhas, esboços...mas esse esboços se multiplicam em tres mil duzentos e trinta sete planos. Todos palpitantes, todos urgentes. O que começa como um caminho que se abre se torna uma série de visões embaçadas que me dão dor de cabeça.
To want everything is to be doomed to nothing. But what can I exclude from wanting? Quando o véu do não-desejo se levanta, sou como uma analfabeta no campo do desejo e da direção.
É pau, é pedra, é o fim do caminho, é o trabalho, carreira, investimento, currículo, carreira, pós, estudo, xerox, textos, estágio, mestrado? existencialismo, família, passado, terapia, futuro, pânico, orçamentos, equilíbrio, equilíbrio, correr, dançar, andar, prazer, corpo, dieta, não-dieta, o sono, o acordar, o dia, a noite, os sonhos, a rotina, o carro, a gasolina, é a lama é a lama, são as águas de março...continuo?
O estar, o ser, as unhas, a pele, os conselhos, as consultas, a agenda, o preço, o planejamento, o mês, a semana, o boleto, onde quando como quem que, o sapato, a calça, o engordar, o emagrecer, o vai e vem, os questionamentos, as perguntas, o deslumbre, o retrair-se, fazer nada, fazer algo, o aqui-e-agora, a pressão, o libertar-se, o esmalte, o perfume, a música, os meninos, as meninas, o amor, o médico, o comprimido branco, o ipod branco, o caderno, a caneta, o depósito, o agendamento, a mãe, a mãe, a mãe, a irmã, os telefonemas, o pai, a neve, o calor, a passagem, a praia, a casa, o país, o JN, o jornal, a revista, as opções de layout do gmail...a ética e a estética. Boludeces y no boludeces. Algo me diz que tudo isso deveria estar no automático, estar ciente de cada detalhe que envolve a vida é cruciante.
Sei que preciso ter paciência comigo mesma, mas o que é isso que acontece? Me assusta tanto que me sinto absolutamente ridícula de falar o quanto. Mesmo. 24 horas não são suficientes, uma vida não chega nem perto. Intensidade a 120km/hr.
São os livros não-lidos que formam pilhas e pilhas.
História, literatura, poesia, filosofia, arte, sociologia e, como esquecer, a psicologia. Estes em especial me dão choques elétricos. Os nomes que antes eram tão confortantes e instigantes...agora mantemos uma distância respeitável. Quando vão descobrir que sou uma intrusa num mundo que não pertenço, como em tantos pesadelos onde não carrego uma identidade e me esquivo de quem possa descobrir e me matar?
Talvez daí venha minha obsessão com pés, em especial os meus. Não quero mais a cabeça, quero os pés.
Preciso aterrizar mas perdi a âncora.

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