quarta-feira, 30 de junho de 2010

Meu novo caderno

Comprei um caderno hoje.

Caderno com cheiro de novo, com páginas que pedem uso, pedem tinta e texto. I think I'm in love with it. :)
Caderno com promessa de novos estudos, nova dedicação e interesse. Se fosse possível, acho que fadinhas e duendes voariam em volta desse caderno. Ou melhor, purpurina com gosto de serotonina.

E é assim...os dias passando, a copa copando e eu blogando. Pisando em bolas e fazendo gols com outras. Yep, I'm a whole new other kind of strong girl now. Ah sim, pros que ficam curiosos, estou conseguindo sentir emoções novamente, aquela seca já estava me drenando de energias, rachando a pele como o chão do nordeste. Choro, rio, fico serena, fico entediada, sorrio, não sinto grandes coisas, medo, amor, vergonha, alegria e por ai em diante...Ou seja, tudo beleza as it should be.  Vendo novos rumos de forma mais concreta, meus insights do parque (veja dois posts atrás) deram frutos e confio como quem começa a confiar na vida depois de muito tempo, de forma cautelosa. Vendo planos, juntando e gastando grana, sonhos e caminhos...Contruindo a cama, como diz o outro.
Glitter smells of promise!

Nesse espírito, mudança de formatação e cores! 

domingo, 27 de junho de 2010

Sunday Musings

I believe we all desire fresh starts every now and then, to scrub away the layers of habits, mistakes, frustrations and old settings and begin anew. I keep mentioning "breakage" for I yearn for a new start and fantasize about leaving this city and even the country; everything is engrained with something else that I wish to forget. Break free, that's what breakage would be. In previous "breakage" rants, I have given away almost all of my clothes, burnt about 10 journals or left for Europe on a three month scavange hunt for somewhere I could belong.
Alas, none of it really did the trick, although that is not to underestimate the powers of semi-breakage.
The next best thing, I guess, is to try to make the changes I imagine I would make if suddenly I found myself in a brand new life. What would they be? I would eat better? I would have the guts to go out and make a life for myself? I would study what I wanted without worrying about my parent's approval or anybody else's for that matter? I'd wake up? I would take better care of myself, I'd be happy?

So why not now?

What are these chains that weigh me down with every step and make me doubt, hesitate, give up and sleep?

'Tis an uncanny mystery it is...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Well I believe it's love that's hiding here














We find love it's hiding here
In the darkness in the shadows
Maybe it's up to you and I
To bring it to the light
Love when I approach the tears
They fall like rain
You tell me baby your heart's into a thousando pieces
-DMB

O ritual de escrever. Ou melhor, o ritual de finalmente sentar para escrever. Falando nisso, esqueci de botar a água para ferver, a do café básico...Já volto.
(leitores, ouçam os passinhos que vão até a cozinha, a água da torneira na chaleira, o estalo do fogo elétrico acendendo....uma pausa para pegar um biscoito...passinhos de volta ao computador).
Sim, onde estava? O ritual de escrever que agora inclui o café, dedutivamente (se não sobre-estimo a inteligência dos acima referidos leitores). 
O ritual inclui também a tentativa de fechar todas as outras janelas que teimam tanto em ficarem abertas 
* cough cough gmail cough facebook cough msn*
Cough...Escolher um playlist do itunes e deixar rolar. 
Claro que tudo começa com uma inspiração ou uma coceirinha que diz, "preciso escrever!!"

Pausa para o feitio do Nescafé...
(imaginem o que queiram, podem até aproveitar para irem no banheiro.)
Voltei.
Agora sim, tudo pronto. 

Hoje teve aula de inglês e tive a honra de escutar da minha aluna que ela pretende continuar por um bom tempo, não só até a viagem até London in November. 
"Nãaao, você ainda vai ter que me aturar por um bom tempo!!"
 Sorri com um prazer e até com vontade de rir pois imaginava que ela que tinha que me "aturar" no meu aprendizado como self-invented teacher. Se ela soubesse que é peça crucial no meu novo momento de redefinir rumos, minha cobaia existencial, eu que teria que pagá-la pelos nossos encontros. 

Insights são coisas bizarras e conseguem surgir em momentos inesperados tal como em meio a uma caminhada forçada no parque às 16 horas de uma quinta feira. Sofri um ataque de insights encadeados e tive que me forçar a respirar para dissipar a sensação de leveza extrema da cabeça. Foi uma espécie de conexão a outro plano onde tudo fica claro, CLARO e tal como o sol após muita sombra, cega e desnorteia. Cuidei para não perder o fluxo e para não me deixar empolgar demais também em um ataque semi-maníaco de querer salvar o mundo. Tal como os fluxos que levam para baixo, a mediunidade também abre portas para fluxos de entidades que trazem valiosas contribuições. Esses "fluxos" me ocorrem com frequência porém nunca planejados e, quando ocorrem, sei identificar direitinho que é um momento sagrado e que alguém está falando diretamente comigo. 

Eu sei, eu sei, curiosos para saberem o que é que foi dito e ouvido, né? Sinto muito decepcionar, mas isso ficará comigo. Difícil demais descrever e difícil demais transmitir a sensação que acompanha que, para mim é o mais importante, pois eu já tive os pensamentos milhões de vezes, mas eram sempre hipóteses, dúvidas, hesitações, passageiros. Esses outros pensamentos são fortes, ditados, causam uma alteração física e de consciência e estão imbuídos de tanto sentido que não há dúvida. Faz sentido, faz sentido com toda célula do corpo tal como a fé. 
Foi assim que eu decidi ficar no Brasil e fazer vestibular, baseado em um momento desse de influxos poderosos. Estava no centro espírita antes da palestra começar, com a mente matutando meu eterno dilema, o que fazer o que fazer o que fazer após o segundo grau? Me veio em uma frase simples (por isso digo, não é o que é dito, é a sensação):

Fique aqui.

Eu lembro direitinho. Estava olhando pro chão quando escutei essas duas palavras. Foi tão nítido que levantei a cabeça e olhei para trás. Tive um momento de "Que??" e imediatamente eles reforçaram:

Fique aqui. 

Como quem disse, é isso mesmo que você ouviu. Ok, certo, duas palavras. Mas imaginem o seguinte: Eu, que por tantos meses antes disso estava em crises contínuas de ansiedade/pânico/possuída pelo demônio e afins, pela primeira vez em muito tempo, derreti de alívio. Literalmente, derreti, manteiga ao sol. Pois foi sol, foi luz e calor e sentido para minha alma. Me senti tão esperançosa, acolhida e BEM. Tanto faz que saí de lá e aos poucos o sol foi perdendo a força e que eu não fazia IDÈIA do que seria "ficar aqui", mas eu sabia que era isso. Fique aqui. E deu certo, fiquei. 

Enfim, o que queria dizer nem sei mais o que era. Sentei para escrever com outro tema em mente e fui por esses caminhos. Tudo bem, viva o escrever fenomenológico! (uuur!)

Minha mãe me ligou hoje com a voz vulnerável e amedrontada pedindo o número do meu psiquiatra. Pedindo ajuda, porque está reconhecendo sua dependência nos ansiolíticos (são anos, se não mais de uma década, de uso/abuso) e os ataque de pânico estão voltando. 
Parece que estou mudando de assunto mas não estou. Está tudo ligado.
Receber essa ligação me fez lembrar alguns anos atrás e a crise que ela teve após o término do namoro super-conturbado e doentio. Passei quase um ano cuidando dela feito criança, ou melhor, feito depressiva, tendo que engolir a raiva e ressentimento que sentia ao  me dar conta que eu estava fazendo por ela o que ela não pode fazer por mim quando eu passei por algo similar. Nessas horas ou se cresce ou se amargura para o resto da vida, vou te contar. Rezava todo dia para ter essa força de encarar a situação com maturidade e caridade no coração. Ela não conseguia sair de casa e todas as funções que antes ela fazia minimamente agora estavam zeradas. A casa virou minha, junto com as compras e cozinha e afins. Quando ela não conseguia de jeito nenhum evitar ter que ir ao trabalho tinha que dirigir por ela e ela pegava na minha mão e pedia "desculpa, desculpa"
O auge foram momentos em que ela me pegava para sentar ao lado dela na cama (tudo a meia luz) e começava a falar e falar e falar. Primeiro, detalhes do relacionamento dela com esse tal ex: das traições, das cenas trágicas, da vontade de matá-lo, dos planos para matá-lo, os pesadelos que ela tinha, as palavras sórdidas trocadas entre eles...Coisas que eu não queria ouvir e me feriam mas ela pedia, preciso falar com alguém. Segundo, do passado e de segredos de família que ela decidiu tinha chegado a hora de desvelar, tudo para conlcuir que era por isso que eu e minha irmã não amavam ela como mãe e ela merecia nosso des-amor. E finalmente, finalmente, as crises suicidas onde ela declarava com a voz pingando de dor que precisava se matar porque ela não aguentava, que sabia que iria sofrer do outro lado, mas que seria melhor porque ela poderia se render e não precisaria tentar mais. Eu escutava e o desespero tomava conta, desespero e raiva. "Mãe! Você está vendo isso aqui? EU? Segurando sua mão, te escutando, te cuidando? Tudo bem, você quer morrer para se render mas você está esquecendo, do outro lado não vai ter isso, não vai ter ninguém para segurar sua mão!"
Ela melhorou, sim, isso faz 3 anos aproximadamente. 
Isso tudo me leva ao insight no parque. Estou em altos debates comigo mesma de como fazer para deixar meu "trabalho" na Animax de lado e me perguntando qual é minha função lá e qual a dificuldade de enfrentar esse assunto com minha mãe. E ficou claro. Eu sou o ansiolítico dela. 
Ontem ficou claríssimo, pois ela descompensou com uns problemas com funcionários e eu precisei redigir a carta que ela queria entregar a todos, carta que ela ditava gaguejando e tremendo e interrompido por ataques de raiva e irritação com qualquer um, inclusive eu. Aí lembrei dela me abraçando uns meses atrás e dizendo que era tão bom me ver na Animax e trabalhar comigo, pois a minha presença a acalmava, era conforto. 
A minha presença lá enquanto "assistente direta" é só um meio disfarçado de ter um bichinho de pelúcia sempre ao alcance. Quando saímos para almoçar ela treme e pede abraços, me dá um abraço, filha
A volta dos ataques de pânico me assusta. 
Na verdade, sei que eles sempre estiveram aí, latentes, mas o uso do ansiolítico conseguia mascarar e driblar os momentos de quebra. 
Outro insight: Enquanto ela não admitir cuidar de si mesma e ser cuidada, eu nunca terei liberdade para fazê-lo eu mesma sem sentir que estou traindo-la. Meu uso de medicação, terapia, amizades, estudos, qualquer coisa - só faz com que ela se confronte com ela mesma e sua maneira de lidar com a vida e consigo mesma. 


Volto ao ponto ao qual quero chegar. Esses insights serviram para desencadear outros, tal como uma chave que abre o primeiro portal e libera águas poderosas que por si mesmas conseguem abrir as outras portas. Tudo flui quando tenho certas clarezas. Se me libero da culpa e sentimento de lealdade irracional a ela, vejo minhas vontades e meu caminho. Sinto sentido para mim mesma.

Agora estou esperando um tanto quanto apreensiva que ela chegue em casa e me conte se conseguiu marcar uma consulta. Espero um tanto quanto apreensiva que ela perceba meu novo fluxo e retomada de ânimo e se sinta abandonada. 
Preciso que você acredite,
Te amo, mãe. 



So here we are all of us stand around
We're leaning heavy on each other
Always wondering what is it that lies behind
The worried eyes of one another

Well I believe it's love that's hiding here
deep inside both you and me
Maybe it's up to you and me to share it with the light





segunda-feira, 21 de junho de 2010

Frozen

Oh Dear Lord, I've just spent an entire HOUR fooling around with layouts and themes and such...to arrive at the conclusion that I'm too undecisive for change to be a good thing right now. 

:/

That is my exact face at this exact moment.
As I so craftily described to Mon Cher, today was bleh. "Bleh" is exactly what it was (my talent for precision is scaring me). Practically unexistant in its blehness. My nap after work basically erased this day out of existance, as have all my naps recently - highly amnesic powers. 
That's just it, I'm neither here nor there, neither happy nor sad. Just AM. And it scares me half to death that nothing is going on. Could it be I'm addicted to the drama of life and of breakdowns? Could it be that Pristiq and Lexapro have got it together so as to save my brain from any strong emotion? All I feel is PRESSURE. Intracranial and chest pressure. I start to get bugged about something and I have a hard time breathing and then I have a hard time thinking and concentrating and all I can do is wish for sleep. It's plain body talk skipping the mental manifestations. It feels like my brain has descarted me in the whole process: "It's quite alright milady, we won't be needing you from now on" (don't know why it came out with a Brittish accent...).

Wednesday I go back to the psych's office and I feel like hitting my fist against the table and saying, HEY, where's all my emotion? I'm uncannily manageable ALL OF THE TIME. Manageable, not to be mistaken with normal or mature. No room for unstable, no room for grieving or fretting. Blank stares. However, to hit a fist against a table requires a certain dose of indignation and rage and blank stares aren't really there, are they?

I'm telling you, I need a BREAKAGE. I don't know if that's a word, but it's what I need. I need something to break, I need some of this same old same old to be OVER in some drastic way that would mean something to me and that could make me snap out of this daze. I could even settle for it being me who breaks, but then again, blank stares don't really go there...

domingo, 20 de junho de 2010

O retorno

Algumas memórias da viagem Europa 2008...Essa viagem foi gestada por muitos meses durante o último semestre na UnB, um hiato de 3 meses (setembro-novembro) em busca de respostas, distância e descanso. Sem saber, acredito que também fui em busca de solidão, apesar dos amigos. A seguir, um dos últimos trechos escritos sobre a maratona de retorno.

29 de novembro, 2008 - Congonhas, SP
è spaventoso - guarda:

de avião
BSB-RJ AEROPORTO
de avião
RU-CDG PARIS AEROP.
de avião
CDG-MXP MILÃO AEROP.
de Pullman
MXP-MILANO CENTRALE
de trem
MILANO CENTRALE-BOLOGNA CENTRALE

                                                   Le Bici di Bologna

                                         Estação de Vaporetto em Veneza

                                          Pés em Giardini Margherita

Dentro de Bologna - Bicicleta, trem, a pé e ônibus
de trem
BO CENT.-MIL CENT.
de Pullman
MIL. CENT - MXP
de avião
MXP-MADRID AEROP.
de metrô 
MAD AEROP-MARTHA'S HOUSE
de metrô
em Madrid- a pé e metrô
                                                           España!
                                  Madrid - Cansada na frente do Palácio Real

MARTHA-ESTAÇÃO TREM MADRID
de trem
MADRID-ESTAÇÃO SALAMANCA
em Sal- a pé 
                                              Serelepe em Salamanca
         
                                       Esperando o trem em Salamanca

ESTAÇÃO SAL-EST. MADRID
EST-MADRI-MARTHA
MARTHA-ESTAÇÃO AUTOBUS MADRID
EST. MADRID-ESTAÇÃO AUTOBUS GRANADA
de taxi
EST. GRANADA-APT
Em Granada - a pé, a pé, a pé...
                                             Ruelas árabes de Granada
                                              Caminhadas pelas Sierras

                                                      Vistas de Granada

de ônibus
APT-EST.GRANADA
EST. GRANADA-EST. MADRID
de metrô
EST MADRID-AEROPORTO MADRID
de avião
MADRID-CDG PARIS
de trem
CDG-GARE DU NORD
de metrô
GARE DU NORD- HOSTEL
                                  Em Paris - metrô, a pé, a pé, a pé... e frio!

HOSTEL- GARE DU NORD
GARE DU NORD-CDG
CDG-MXP
MXP- MIL. CENTRALE
MIL. CENTRALE-HOSTEL
                                               Ultimo dia em Milão
HOSTEL-MIL CENT.
MIL. CENT.- MXP
MXP-GRU SP
GRU-CONGONHAS
CONG-BSB
AEROP. BSB - CASA!

Esses foram todos os meios de transporte dessa viagem.

...

*ESTOU EXAUSTA*

Não quero mais ver outro avião, estação, bilhete, fila, aeroporto. Falta mais uma hora para embarcar e aí acabou. Acabaram os 3 meses. Granada, Bologna, Salamanca, Madrid, Paris, Milão... Acabou a neura dos 20 kg...Em Milão meu último ato foi de mandar a FANCULO os kgs e tirei TUDO da mochila e enfiei na mala, casaco e tudo! No casaco! No scarf! No mittens!  Momento de glória!
Comprei tudo que podia para gastar os últimos 35 euros no aeoropoto e fui feliz. 
Não reconheço meu corpo, quebrado e estressado. 
Ontem passei o dia numa freakin NEVASCA em Milão com sapatilhas que ficaram ensopadas e passei 5 horas de pés molhados com uma neve assutadora que virava slush ao chegar no chão. Calça molhada trambém. Só rindo e muito. :P

                                                       A Nevasca

                                                       As sapatilhas 

Claro, o vôo atrasou e eis aqui eu em Congonhas, "reacomodada" pela TAM para outro vôo até BSB. 
Mas agora taquei o foooda-se, tudo é muito gracioso! Apego as coisas materiais é uma merda, descobri que menos é MUITO MAIS, que o diga meu ombro e minhas costas comprimidas, devo ter perdido uns 5 cms nesse últimos 3 dias.

Muitas emoções rolando tudo ao mesmo tempo. Aquilo de "Italiaaa, Italia", aquilo de "Aaah, eu estava almoçando em Paris algumas horas atrás!", aquilo de "Estou no Brasil??"
Aquilo de "Euuuuuuu?? Eu? Eu dei conta disso tudo? De me virar tanto sozinha num continente inteiro? De pegar quase todo tipo de transporte sozinha? Só faltou navio praticamente. De planejar e reservar tudo e pagar e gerenciar dinheiro e cuidar de mim mesma?  
Eu!
Sonhei que estava mega-grávida, 9 meses, com um vestidinho muito bonito. Sinto dores estranhas e estou com minha mãe, Paula e a Raquel e comento das dores. Pergunto se é normal. Elas não estão preocupadas e dizem que sim. Estou muito descomfortável mas orgulhosa da barriga. 
Eu!


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back in BSB...

 Sometimes I still feel like I'm at some gate waiting for my boarding call.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

1999 2003- Breakdown #1 and #2



Mais um texto comprido e sem pretensões. 
É assim: escrevo desde os 12 de forma comprometida e vital. Ou seja, tenho material guardado de muito tempo e tenho muito a contar, muito a dizer. Há palavras que imploram para sair, pulam na barra da minha saia, por favor, por favoooor!
Como a intenção desse blog é organizar algo desse mar de palavras e história, aqui vai mais um pedaço dela.


1999
Decidi passar mais um ano letivo nos EUA aos treze anos, mais para fugir da minha realidade difícil do que vontade mesmo de estar lá. Eu tinha me metido numa enrascada na escola e em casa que meus pais não faziam idéia. Aconteceu que eu encontrei alguém com a qual, pela primeira vez na vida, não precisava me calar e esconder meu sofrimento de todos aqueles anos de final de infância. Foi a professora de artes, a Ms. V, uma jovem mulher de trinta e poucos anos que criou um carinho por mim instantaneamente e se maravilhava com meus dotes artísticos. E, claro, eu achei aquilo o máximo. Admirava muito ela, seu jeito criativo, engraçado e sensível.

 Aos poucos a admiração virou obsessão pura. A nossa relação professora-aluna foi sendo destorcida por insistência minha  e passei a atormentá-la com minhas angústias. Eu era uma esponja seca de carência, qualquer pessoa que se aproximasse que, na minha fantasia, pudesse me entender, perceber meu desespero e me cuidar era automaticamente sugada para meu amor e idealização obsessiva. 
Para garantir que ela ficasse por perto, fiz de tudo. Dava presentes, escrevia poemas, encantava, agradava. Logo depois levei a história para outro nível: falava que queria me matar, falava que ouvia vozes, escrevia cartas mórbidas e depressivas. Não era por maldade ou vontade de enganar, mas é que eu fui percebendo que aquilo chamava a sua atenção, uma atenção tão genuína. É claro que estava sofrendo, mas não era exatamente aquilo que eu escrevia ou falava. Eu sentia aquela angústia com uma intensidade assustadora e a única maneira que encontrei foi aquela para que fosse justificado pedir tanto. Não sabia dar nome aos bois, não sabia dizer que eu quebrava por dentro com a cobrança de ser madura e responsável o suficiente para tanta coisa, com o silêncio que pesava em cima de tudo. Aos meus olhos, sofrer por isso era bobagem. Só sabia que sofria, mas não sabia dizer por quê. A solução foi me expressar com “liberdades artísticas”.

Enfim, acabei assustando a pobre professora até ela chegar a ponto de me pedir que eu parasse de lhe escrever, alguns anos depois.

Nada disso foi contado à minha mãe ou ao meu pai. A única outra pessoa que ficou sabendo do meu caso doentio com a professora foi a psicóloga da escola, trazida para a história pela própria professora que pediu ajuda. Vergonhosamente ia ao seu consultório na escola nas sextas feiras. Fiquei furiosa com a Ms. V por ter me denunciado e ter me abandonado nas mãos daquela intrusa que queria que eu falasse com minha mãe. Aliás, a condição de continuar a vê-la seria contar para minha mãe. Recusei-me veementemente e nunca mais voltei.

 A verdade é que eu tinha gostado muito da psicóloga. Ela tinha um jeito manso de falar, fazia perguntas que ninguém me tinha feito antes e aquele ambiente era tudo que eu desejava. Mas meu pavor de contar qualquer coisa para minha mãe foi maior do que a necessidade do bem-estar. Contar para minha mãe que tinha acabado no consultório da psicóloga da escola seria admitir que havia acontecido muitas coisas que tinha escondido dela e também que eu não estava dando conta da situação de vida que ela e meu pai haviam criado. Seria como culpá-la por algo que não era sua culpa e eu, menina-moça madura e razoável, nunca poderia fazer tal acusação. Se eu tivesse percebido que não se tratava de acusações, mas de um pedido de socorro e que não era responsabilidade minha proteger meus pais das minhas dificuldades, talvez tudo tivesse ocorrido de forma diferente. Mas enfim, não foi assim. Foi o início de um abismo cada vez crescente entre eu e minha mãe, abismo horrível de mágoas e desentendimentos.

No final do ano minha professora iria embora. Fiquei sem chão, sem saber o que fazer. Não queria e não podia continuar na escola sem ela, sem minha irmã que já estava nos EUA, sem uma mãe com energia disponível pra mim e com minhas amigas volúveis. Suas preocupações, conversas e brincadeiras me entediavam, irritavam e me faziam sentir horrivelmente longe do mundo. Enquanto eu pensava na morte, na angústia sem nome do meu ser, elas falavam de N’Sync e do último episódio de Dawson’s Creek. Tenho certeza que elas passavam por suas dificuldades também, mas elas se entregavam ao processo de ser adolescente. Eu sentia ódio daquelas conversas idiotas, tinha ódio que não tinha nada de interessante pra dizer, de me sentir falsa ao mostrar interesse pelo que elas tinham. Tinha ódio de a minha querida professora ter me rejeitado. Nesses ódios decidi que minha solução estava em passar um ano com meu pai. Com certeza as coisas seriam diferentes, numa escola diferente, pessoas diferentes... Sim, era a única solução.

Nem preciso dizer que não foi a solução. Resumindo, passei quatro meses chorando sem parar, sem conseguir me adaptar à nova escola e fazer novos amigos. Sentia uma falta tremenda da Ms. V, do Brasil, da minha mãe. Nesses meses desenvolvi o sintoma que iria marcar toda crise daí para frente, a turbulência intestinal que resultava em dor de barriga e ânsia de vômito. Era isso toda santa manhã de tão nervosa que ficava. Passava o dia chorando pelos cantos sem conseguir controlar as lágrimas, tudo era puro terror. Não sabia onde estava nem onde me enfiar. Assim que saía da escola já ficava em pânico pensando que teria que voltar no dia seguinte. Fiquei em um estado horrível, até que meu pai decidiu me levar à psicóloga da escola. De novo.

Dessa vez não recusei. Sabia que precisava de ajuda urgente. Não conseguia comer, pois o cheiro da cantina me dava náusea e nunca conseguia ter apetite pra almoçar. Não conseguia me importar com o que vestia, minha vaidade estava no lixo. Tinha certeza de estar diante da minha morte. Não conseguia interagir com meus colegas, pois o único pensamento que tinha era de como sobreviver o dia até chegar em casa e como iria passar o resto dos dias durante um ano até poder voltar para casa. Casa – um país tropical onde não fazia o frio infernal que fazia naquele estado de Vermont esquecido por Deus. Onde estavam minhas amigas vivendo seus dramas de 1º ano de highschool, me arrependi de achá-las idiotas, dava tudo pra voltar para aquelas conversas no recreio. E eu ali, em Vermont, numa escola que fazia os alunos descascarem cenouras e limparem fezes de vaca, pra não dizer palavrão...

Meus encontros com a psicóloga se davam na horário do almoço e parte do plano terapêutico dela foi ir comigo na cantina montar almoço para comer junto com ela no consultório. As prioridades básicas primeiro, afinal. Aí passava a hora contando para ela do Brasil, das mangueiras e da chuva das quais eu sentia falta. Contei das minhas amigas que tinha deixado, das brigas que elas tinham, da escola, dos professores, falava de tudo menos de onde eu estava alí e agora. Quando o assunto era esse me fechava em silêncio, tudo ficava sombrio e difícil. Aos poucos algo saía. Ela percebeu a grande urgência por trás de eu aterrizar na minha nova realidade e fazer vínculos, amizades - fazer parte. 
Não fiquei muito tempo com essa psicóloga, mas com certeza foi um grande fator que contribuiu para minha reviravolta alguns meses depois. Depois de algumas conversas ela falou que para continuar o trabalho teríamos que falar com meu pai para que fosse no consultório dela fora da escola. De novo entrei no módulo “não-posso-passar-isso-pros-meus-pais”, tinha um medo enorme dele ficar bravo comigo, de eu estar com frescura. De falhar. Aquilo serviu de pontapé pra que as coisas melhorassem. Me abri. Comecei a fazer amizades, amizades de verdade que me traziam calor ao coração e até satisfação de estar onde estava. Encontrei mais uma professora... E quase repeti a mesma história de antes. Foi ela que conversou comigo e disse que não se sentia confortável e preparada para lidar com aquilo que estava lhe dizendo. Ironicamente, ela me mandou de volta para a mesma psicóloga do começo do ano. Recusei-me a ir, morrendo de vergonha e de ódio de ter feito aquele papelão de novo. Jurei para mim mesma nunca mais, nunca mais, nunca mais, deixar esses sentimentos de carência obsessiva tomarem conta de mim. Ou no mínimo, nunca mais me permitiria expressá-los por alguém.

O ano foi chegando ao fim e novamente me vi na situação de adeus. Adeus pai, adeus todas as amigas que tinha feito, adeus àquela vida que finalmente havia encontrado um equilíbrio, por mais frágil que tenha sido.

Voltei diferente para o Brasil. Voltei mais confiante, voltei mais social, mais engraçada, faladeira. Se fui capaz de fazer o melhor daquele ano lá em Vermont, voltar pra velha E.A.B. era fichinha, moleza! Tinha re-despertado uma versão da Maya-borboleta que sabia encantar as pessoas e fazê-las rirem. Os brasileiros da escola começaram a prestar atenção em mim, deixando de me considerar tão nerd como antes. Continuava sendo nerd, mas uma nerd legal (um salto enorme na nossa hierarquia social). Finalmente, depois de tanto tempo, fui reconhecida como brasileira e não mais a gringa desengonçada. Com quinze anos, comecei a me vestir de acordo com minha idade. Após muitos anos de sentir-me uma nômade, finalmente comecei a me sentir em casa, dentro e fora de mim.

A essa altura, lembrem-se que havia se passado anos de pânico-em-aeroportos, anos de fascinações torturantes por professoras que não me correspondiam da maneira que eu idealizava (que seria mais ou menos me adotando e raptando pra casa delas), anos de dificuldades com minhas amigas e anos de me sentir feia, gorda e rejeitada. E absolutamente nada disso tinha chegado ao conhecimento dos meus pais, ou quase nada. Quando tinha que chorar, era no escuro do meu quarto na hora de dormir; era no escuro do avião segurando o Bunny contra meu peito; era um choro que nunca era entendido pela revolta que continha. 

Vivia uma vida secreta, cheia de tumultos emocionais e dramas de alta categoria e outra vida pública, como a filha, irmã e aluna exemplar, inteligente, madura e sensível. Incrível. As duas vidas não cruzavam seus caminhos jamais.

Eis que chegamos então aos dezessete anos, diante da grande encruzilhada da vida pós segundo grau, momentos antes do Grande Breakdown #2. Alguns meses antes de adoecer, as duas vidas se chocaram em um momento surreal para mim. Uma tarde minha mãe virou para mim e simplesmente perguntou se gostaria de fazer terapia. Fiquei chocada e aliviada tudo ao mesmo tempo. Até que enfim, até que enfim, ajuda. 

Foi aí meu primeiro encontro com a Vanessa, a psicóloga que minha mãe arranjou para mim. Quando penso em marcos da minha vida, a Vanessa entra como um dos marcos mais fortes, aquele tipo de marco que você pode dividir sua vida em antes e depois. Antes da Vanessa, depois da Vanessa. Tudo começou em novembro de 2002...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Atualizações


Depression is the flaw in love. To be creatures who love, we must be creatures who can despair at what we lose, and depression is the mechanism of that despair. When it comes, it degrades one's self and ultimately eclipses the capcacity to give or receive affection. It is the aloneness with us made manifest, and it destroys not only connection to others but also the ability to be peacefully alone with oneself. Love, though it is no prophylactic against depression, is what cushions the mind and protects it from itself. Medications and psychotherapy can renew that protection, making it easier to love and be loved, and that is why they work. In good spirits, some love themselves and some love others and some love work and some love God: any of these passions can furnish that vital sense of purpose that is the opposite of depression.

- Andrew Solomon

Vamos atualizar os dados. Percebi hoje que não me lembro com clareza da última vez que vivi um episódio de pânico. Faz, no mínimo, semanas.
O sono regularizou-se, apesar de exigir muitas horas, ainda. Porém acordar não é mais um drama e dormir tampouco. O medo desistiu de insistir.
Apetite...esse aí ainda sofre em oscilações que buscam o equilíbrio, mas o simples fato de isso me incomodar já é bastante. Me incomoda quando o apetite some e vejo a barriga se esvaziar ao longo do dia e me incomoda quando tenho ataques de comer comer comer e exagero. O exagero me incomoda em qualquer direção.
Uso/Abuso de Rivotril - diminuição significativa, sem desespero diante da perspectiva de não poder usar. Frequência quase mínima diante do que já foi, mas continua na bolsa e as vezes na mão, como um amuleto.
Visão de futuro - algo começa a tomar forma, embora vagamente. Vejo algo no horizonte mas não sei dizer o que é. A sua presença acalma e me fortalece em ondas que cada vez se tornam maioria frente as ondas de desesperança e desânimo.
Auto-imagem e auto-estima - melhorando e crescendo com novas empreitadas e tentativas. Tateo na minha nova forma e encontro bons resultados.

Resultado de medicação? Sem dúvida, também. But fist of all, Love.
If depression is the flaw in love, love betrays depression.
Simplesmente não combinam, não se dão. Amor precisa de esperança, de alegria e de doação. Depressão requer auto-envolvimento constante e cultiva pessimismo.

Tive que fazer a escolha nos últimos meses, qual dos dois demônios iria servir? Felizmente, traí a Depressão em favor do Amor. Tem coisas que só fazemos por outras pessoas, ou pelo menos, outras pessoas nos ajudam a ver que há pouca ou nenhuma distinção entre cuidar de quem se ama e cuidar de si. É só pensar: como seria para ele me ver mal, me ver pra baixo, ou levar essa pessoa para baixo? Não aguentaria! Como seria se os papéis se invertessem e o visse em crises de desesperança e vontades de auto-mutiliação e sabotagem? Trágico, no mínimo. So yeah, love heals and helps you grow up, como mães que buscam as forças que precisam pelos seus filhos pois sabem que estes dependem diretamente de seu auto-amor.

Claro que não foi uma simples escolha e troca de fluxos de energia: aperta-se um botão e o que entrava agora saí e o que doía agora flui, etc... Foi gradual, foi confiança, foi muito diálogo eu comigo mesma. Também foi abrir o jogo, dizer, olha, isso existe, você me aceita mesmo assim? Você me ama e me ajuda se eu me ajudar e mesmo nos momentos que me faltaram energias? Você está comigo?

Minhas dores anteriores em histórias de tentativas de amor me ensinaram isso sem dúvida - amor não pode ser dependência. Pra ser forte os dois têm que estar fortes e assumir a responsabilidade por si, mas também têm que assumir o compromisso de zelar um pelo outro de forma consistente. Equilíbrio delicado. Esse equilíbrio precário que alcancei no passado foi rompido de formas dolorosíssimas e isso me deu o aprendizado para adquirir um patamar iniciante de maturidade, acredito. Ainda bem que segui em frente e pude acreditar que haveria outras chances. Ainda bem que no meio de tanta pressão para me fechar sobre mim, me abri ao que poderia ser vida.

Mon cher, te amo demais. Grazie e bjo bjo!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Retrato de junho


Ao som de vuvuzelas chega a Copa 2010, tão esperada após o desastre de quartas-de-final de 2006. Epa, melhor nem se aventurar por tais lembranças, pode azarar...
Junho e seu friozinho de Brasília, congelante na sombra, fervente ao sol. O vermelho familiar da terra e o ar que entra seco e crepitante.
Bandeiras por todas as partes, invasão do verde e amarelo que, por mais que haja ceticismo e críticas (sempre haverá...) traz alegria e esquenta o coração. Por um breve mês de trégua no meio do ano, todos se unem na mesma causa sem drama, polêmica ou violência. Pode até haver drama, mas aquele dramazinho bom de final de novela.
Época de Copa para mim me remete a tudo que há de melhor na minha vida brasileira e no meu eu-brasileiro que as vezes me foge. Lembranças de infância e adolescência regadas a gritos de gol (e os de quase gol!), abraços e pulos contagiantes, Coca-cola de madrugada para acompanhar o horário da Ásia, os pênaltis de tirar o fôlego, as buzinadas pelas avenidas da cidade sacudindo a bandeira e gritando como nunca se poderia fazer em outra ocasião.
Eu nunca vivi uma Copa em outro país hardcore do futebol como nós, então não posso dizer com maestria, mas desconfio que o que vivemos aqui a cada 4 anos não se compara a lugar nenhum. Sei que os argentinos vibram e sofrem, sei que a Italia grita, a Inglaterra torce, etc... Mas não sei se tem o mesmo espírito que por aqui contagia. Dia de jogo é sagrado. Dia de jogo o Brasil está em festa, todos andam mais leves, todos se unem, amigos, família, conhecidos ou não em qualquer lugar. Galvão Bueno apesar da chatice é a voz familiar de conforto. Glooobo a gente se vê por aqui! Fátima Bernardes com seu uniforme verde e sorriso radiante de alegria de Copa, também reconfortante. O orgulho plácido e humilde do Amarelo e suas estrelas toma conta.
Sinto muita paz e não me importa tanto os resultados dos jogos, mas sim que possamos ir até o final para que esse clima não acabe tão cedo...
Bom demais. :)

sábado, 12 de junho de 2010

Let Go


O chamado agora é pela organização, no sentido puro da palavra: Por as coisas nos seus devidos lugares. Dar a importância ao que realmente é importante, por na estante lá no fundo o que não precisa de atenção no momento e jogar FORA o que não cabe mais. FORA, XÔ. Não me pertence mais.

Esse chamado se estende desde os lençóis da minha cama até aqui, nas palavras e intenções.

Tenho que ter cuidado se não isso resultará em um agir de impulso de pôr muitas coisas no lixo para ter a bendita sensação refrescante de começar do zero. Porém, respiro fundo, pois nunca se começa do zero e querendo ou não, o passado é importante, a bagagem é útil. O que se joga fora precipitadamente, sempre pede retorno ou então volta estrondosamente...Pode até feder um pouco, cheio de fungos e cascas de laranjas podres (hein?).

Estranho pensar que eu traí alguém. Trair...um verbo que carrega um peso de pecado mortal, de Judas e Brutus.

Traí alguém - sustento o fato e as consequências - mas não sustento a condenação eterna nem os julgamentos. Esses sim caem no chão, não estendo meus braços de jeito nenhum. Você tem o poder de falar e eu tenho o poder de não concordar e pedir perdão. Talvez seja isso que provoque mais ira, mas não dá mais não. Chega.
E tem o clichê também, traí a mim mesma como bônus. Já não basta? Tenho que fazer remendos e ajustes comigo mesma também, não tem como fugir dessa.
Chega.
Agora, fazer o que...cato os pedaços que restam, coloco tudo num saquinho e estou pensando, guardo no armário numa estantezinha respeitável ou jogo fora logo outra vez?

O que me pertence, o que me cabe? Distinções difíceis e ambíguas as vezes. Tudo parece ser o outro lado da moeda, insparável dentro do seu paradoxo.


quinta-feira, 10 de junho de 2010

This Much Madness is Too Much Sorrow

A música postada na última entrada marca fundo demais.
I know you need to/breathe through/come back/come too

O título de hoje, cortesia de DMB, também marca.
This much madness is too much sorrow.

é só por hoje.

domingo, 6 de junho de 2010

Song du jour

It will all come back
This song says it all today, I wish I had written this...

Listen:

and Read:

Adventures in Solitude - The New Pornographers

Balancing on
One wounded wing
Circling the edge
Of the neverending
The best of the vanished marvels have gathered inside your door

More than begin
But less than forget
But spirits born
From the not happened yet
Gathering there
To pay off a debt brought back from the wars

We thought we lost you
We thought we lost you
We thought we lost you
Welcome back

Sleeping for years
Pick through what is left
Through the pieces that fell and rose from the depth
From the rainwater well
Deep as a secret nobody knows

Less than forget
But more than begun
These adventures in solitude never done
To the names of our wounds
We send the same blood back from the wars

We thought we lost you
We thought we lost you
We thought we lost you
It will all come back

I know you want to
Run far away from one more
And that it's coming at a bad time
Some cold place
Heartless ways
For all we know

I know you need to Breathe through
Come back
Come too
But it's coming at a bad time
Tangled day
For all we know

I know you want to
Run far away from one more
And that's coming at a bad time
Some cold race
Heartless ways
For all we know

I know you want to
Breathe through
Come back
Come too
But it's coming at a bad time
Old scarred face
Survivor's guilt
For all we know.