segunda-feira, 14 de junho de 2010

Retrato de junho


Ao som de vuvuzelas chega a Copa 2010, tão esperada após o desastre de quartas-de-final de 2006. Epa, melhor nem se aventurar por tais lembranças, pode azarar...
Junho e seu friozinho de Brasília, congelante na sombra, fervente ao sol. O vermelho familiar da terra e o ar que entra seco e crepitante.
Bandeiras por todas as partes, invasão do verde e amarelo que, por mais que haja ceticismo e críticas (sempre haverá...) traz alegria e esquenta o coração. Por um breve mês de trégua no meio do ano, todos se unem na mesma causa sem drama, polêmica ou violência. Pode até haver drama, mas aquele dramazinho bom de final de novela.
Época de Copa para mim me remete a tudo que há de melhor na minha vida brasileira e no meu eu-brasileiro que as vezes me foge. Lembranças de infância e adolescência regadas a gritos de gol (e os de quase gol!), abraços e pulos contagiantes, Coca-cola de madrugada para acompanhar o horário da Ásia, os pênaltis de tirar o fôlego, as buzinadas pelas avenidas da cidade sacudindo a bandeira e gritando como nunca se poderia fazer em outra ocasião.
Eu nunca vivi uma Copa em outro país hardcore do futebol como nós, então não posso dizer com maestria, mas desconfio que o que vivemos aqui a cada 4 anos não se compara a lugar nenhum. Sei que os argentinos vibram e sofrem, sei que a Italia grita, a Inglaterra torce, etc... Mas não sei se tem o mesmo espírito que por aqui contagia. Dia de jogo é sagrado. Dia de jogo o Brasil está em festa, todos andam mais leves, todos se unem, amigos, família, conhecidos ou não em qualquer lugar. Galvão Bueno apesar da chatice é a voz familiar de conforto. Glooobo a gente se vê por aqui! Fátima Bernardes com seu uniforme verde e sorriso radiante de alegria de Copa, também reconfortante. O orgulho plácido e humilde do Amarelo e suas estrelas toma conta.
Sinto muita paz e não me importa tanto os resultados dos jogos, mas sim que possamos ir até o final para que esse clima não acabe tão cedo...
Bom demais. :)

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