quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Doing the Jellyfish


Vontade de escrever, sobre qualquer coisa. 
A rotina na escola aos poucos se está tornando algo mais palpável, mas confiável. São muitos pequenos, os meus pequenos, mas basta um ano e pouco de vida para já terem suas vontades e birras fenomenais, além das outras coisas que todos sabem que fazem os bebês serem fofos. Mas...sinto que já lhes conheço melhor, do tipo, é, eu sei que você é lindo de morrer e fofinho quando fala balbuciando assim, mas também sei quando você vira gente humana, com as chatices implícitas. Ou seja, tô te vendo!
As pernas estão se acostumando também...pernas, joelhos, coxas, pés, tornozelo...cada centímetro está sentindo o esforço requerido de ter que acompanhar o ritmo deles. 
Estamos chegando no final da segunda semana e já penso tanta coisa. Penso que é desesperador, penso que não vejo a hora de chegar julho, penso que raios fui fazer nessa escola, penso que estou aprendendo horrores e é por isso que o cansaço está tão grande. A experiência está intensa, tanto é que na hora de dormir eu ouço as vozes das "misses", as vozes das crianças (os gritos e choros especialmente!), as músicas que cantamos...vejo o vermelho do uniforme, o verde da massinha...ó, a massinha tem uma consistência e um cheiro que fica na mão que não aguento mais!

I'm listening to Jack Johnson's Bubble Toes...
When you move like a jellyfish, rythym is nothing you go with the flow you don't stop...

É tipo isso. Go with the flow, you don't stop...Penso em parar várias vezes, as vezes me vem pânico, "como vou aguentar meses disso?" Dá vontade de chorar, sinceramente. Não sei o que é tão extenuante trabalhar com estas pequenas criaturas, um misto de enorme responsabilidade, atenção, vigilância, estar sempre antecipando tudo, disciplinar, brigar sem brigar...sem falar na coluna que sofre e as já citadas pernas. 

Entre essa adaptação ao novo trabalho e nova rotina, entre a visita do meu pai, entre a finalização do estágio na clínica e a visita de uma amiga do Japão, fevereiro está tendo que ser o mais aqui-agora possível. Não há tempo para devaneios e para pensar em outros sonhos, tal como a tradução e qualquer outro curso que já posso ter mencionado. Um belo exercício de aqui-agora como jamais foi visto.
Acredito que em março eu comece a sentir algum resquício de normalidade e tranquilidade.
(amen)

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