quarta-feira, 19 de maio de 2010

Insieme a te non ci sto piu


Voltamos ao computador sem acentos...

Nao consigo sentir muita coisa, em termos de emoçoes mesmo. Parece que logo que aparece uma emoçao estilo carbohidrato complexo, abre-se um buraco em meu corpo que absorve a energia e a converte em ITES. Gastrointerite, gastrite, amigdalite...que mais vira?
Eu falei de rememorizaçoes na outra postagem...Uma delas que faz quase uma semana que revira e o tal tema de voce.
Eu nao consigo lembrar de voce. Voce que foi tao importante de forma tao vital, como pode isso? Nao consigo lembrar de voce, de seu cheiro, do gosto, do toque, das conversas e risadas. Nao lembro quem eu era quando me senti atraida por voce e nao consigo lembrar quem voce era quando naquele infame domingo sai da sua casa em prantos, contorcendo debaixo de um torcicolo de outra dimensao de dor. Nao sei se chorava mais pela dor do musculo ou pela dor da maneira que deixamos tudo. Ou melhor, como EU deixei as coisas...isso eu lembro vagamente. Para sair tive que praticamente assinar em sangue o documento de que eu era a unica responsavel por tudo e que voce, meu deus, voce era vitima de uma borderline desvairada, mal-diagnosticada e mal medicada. Sua fe em mim realmente impressiona.
Eu lembro de dirigir ate a farmacia mais proxima, retorcida, enxergando o mundo e as listras na pista pela horizontal da minha cabeça deitada no ombro. Lembro de entrar na farmacia e assustar o vendedor, pedindo um relaxante muscular em prantos...e alem de tudo completamente descabelada pois voce havia amarrado meu cabelo, e me perdoe, mas voce nao tem o dom de amarrar cabelo muito bem nao...Especialmetne naquele dia, paciencia zero.Vai saber o que o pobre vendedor pensou da situaçao toda absurdamente absurda e patetica. Eu te ligo apesar de tudo e peço ajuda, nao tem como dirigir e nao consigo nem abrir a porta do carro porque as chaves cairam no asfalto junto com as moedas do troco e quem diz que consigo, nao consigo, nao consigo, por favor, pela ultima vez, seja meu namorado. Orgulho zero, noçao tampouco.
Ha muito que fazemos diante da dor que em um momento qualquer nos juramos incapazes de praticar.
Voce disse nao, que nao podia ir me ajudar, passar bem. Ok, nao posso dizer que nao se deve esperar uma resposta dessa quando voce acaba de terminar com alguem e 5 minutos depois liga pedindo favores.
Entao desligo e comeco a me agachar ate o chao sem conseguir olhar para ele, tateando com as maos, pois o pescoço nao permite que o rosto vire e procure tambem. Passa um menino adolescente e o assusto tambem, com a cara toda marcada de lagrimas, torta e francamente, - doida - peço se ele pode me dar uma ajudinha e catar as chaves e moedas...Bom rapaz.

Moral da historia: cheguei em casa e o torcicolo passou aos poucos.

Eu me deixei convencer naquele dia da minha insanidade e incapacidade de relacionar com qualquer ser humano. Por uns bons meses depois so conseguia me enxergar por esses seus olhos e palavras e te digo agora: doeram. Junto com muitas outras que so agora consigo repudiar com toda a força apropriada da raiva diante do que causa injuria.
Foi preciso um mutirao de pessoas, a começar pelo psiquiatra que logo repudiou a hipotese que eu trouxe (tremendo) de borderline e que me apontou o obvio da maldade, ou no minimo da extrema distorçao, por tras de muitas frases suas que ecoavam na minha alma.
Seuproblemaequevocenaosecompromete
ninguemvaiteamarcomoeu oquetemoseespecialevocetemduvidasvoceficaduvidando
eunaoaguentoissovocememachucacomtantafrieza
tenhomedodevoceficarsozinha
soeuconsigoteaguentaretecompreenderetedartantoamor
eusotedouamoromaispuroamorevocefrancamentequantaingratidao
naoaguentomaisvervocechorare
voceaindapensaemsermae
vocesabequenaoeumbompartidone?
conheceotaldoborderline?pensenisso
Nao quero mais escutar isso.
Ressignificaçoes...
Algumas frases retornam nesse presente tao repleto de novo, "exigindo reconciliaçoes".
Mas nao sei como fazer isso se nao lembro de voce, nao lembro de mim, nao nos reconheço; somos dois estranhos oramai.


Nenhum comentário:

Postar um comentário