quarta-feira, 14 de julho de 2010

Il primo aprile, 2006



It's kind of a fairyland of language for me here. For someone who has always wanted to speak Italian, what could be better than Rome? It's like someone invented a city just to suit my specifications, where everyone (even the children, even the taxi drivers, even the actors on the commercial!) speak this magical language. It's like the whole society is conspiring to teach me Italian. They'll even print their newspapers in Italian while I'm here; they don't mind! They have bookstores here that only sell books written in Italian! I found such a bookstore yesterday morning and felt I'd entered an enchanted palace. everything was in Italian - even Dr. Seuss. I wandered through, touching all the books, hoping that anyone watching me might think I was a native speaker. Oh, how I want Italian to open itself up to me! 

 Elizabeth Gilbert - "Eat, Pray, Love"

Fairyland of Language


Il primo aprile, 2006


Então, olha só meu 1o dia de aventura na Europa...Cheguei bem na França, "descansada" (porque nunca dá pra descansar 100% num avião, convenhamos). Aí, em Roma, não achava de jeito nenhum minha mala.  Me disseram que tinha ficado em Paris mesmo e que eles vão mandar para mim lá em Castelraimondo. 
Isso depois de eu ter rodado por muito tempo, sem saber com quem falar ou o que fazer. Demorei uma hora até criar coragem de chegar ao balcão e perguntar em italiano "Dov'è la maledetta??!!". Brincadiera, não foram minhas primeiras palavras a um italiano na Italia....foi algo mais um tímido, "per favore...".
Quando resolvi toda essa questão, saí CORRENDO do aeroporto para a estação de trêm, que fica incrivelmente longe e do outro lado. Paguei um bilhete para não sei o que, porque ninguem olhou nem pediu, cheguei em Tiburtina 10 minutos depois do ÚLTIMO trem para Castelraimondo. Fiquei perdida de novo....decidi ver se tinha algum ônibus. Allora, também não tinha (isso depois de eu comprar um para o lugar errado, ou melhor a mulher entendeu errado! Quase que eu ia para Lanciona, sei lá onde fica isso...) Voltei para a estação de trêm para comprar um cartão telefônico para ligar para a tal da Giorgia, mas não consegui fazer a ligação depois de 1000 tentativas. As luck would have it, um homem percebe meu desespero e pergunta se eu preciso de ajuda. Expliquei. Ele me emprestou o celular (e ficou me apressando, nem deu para falar direito com a mulher, mas pelo menos deu para avisar que eu não chegaria hoje e ela me deu instruções para ir a estação Termini e prcourar um hotel). O homem italiano ficou falando comigo, não ia embora e entrou em temas estranhos como sua devoção ao Catolicismo ("eu sabia que amanhã é o aniversário da morte do Papa, um ano exatamente??") e sobre sua mulher que também era muito religiosa e que morreria de ciúme ao saber que ele estava ali a essa hora (quase meia noite) me ajudando e que ele deveria ir pra casa (apesar de eu insistir que estava tudo tranquilo agora...) E bla bla bla!
Ele desceu antes de mim do metrô, graças a Deus. 
Mas ele me ajudou bastante apesar da esquisitice, me acalmando (não conseguia parar de chorar de tão cansada e nervosa) e com as instruções de como achar um hotel aqui. 
Saí de Termini e fiquei andando pelas ruas de Roma da sola, di notte, atrás de um hotel com um preço mais ou menos. Achei um, mas estava cheio...Fui para outro e também estava cheio. No terceiro que estava cheio não aguentei e me debulhei em lágrimas na recepção. O Salvatore, recepcionista simpático e velhinho foi gente boa comigo (como diria a Júlia, um vovô) e telefonou para alguns lugares para ver onde haveria vaga e finalmente me deu as instruções para chegar até aqui....um hotelzinho simpático, Ascot. 50 euros, mas eu não estou em condições de achar um mais barato - de noite, sozinha e sem conhecer um A dessa cidade. E mais - cansada até a alma depois de tanta confusão. Não consegui ligar ainda para minha mãe, mas sei que ela sabe que estou bem. 


Ah sim, e tudo isso em italiano tosquíssimo (ainda estou com vergonha) e SEM MALA. Sem roupas novas, sem a necessaire, sem nada a não ser o kit de sobrevivência dada pela companhia aérea como compensação por uma mala perdida. Fala sério. Pensando bem, porém, ter feito tudo isso que fiz com uma mala de 30 kilos não teria sido nada fácil, então...Mas também tem o pequeno fato de que - se a mala tivesse chegado lá comigo, não teria passado por nada disso! Então há dois lados para essa história!


Mas agora está tudo tranquilo. Depois de um banho de gato e uma camiseta branca cortesia da AirFrance, eccomi.
Vou pegar o primeiro trem domattina. Assim vai dar para ver um pouquiiiiinho de Roma e a paisagem no trêm. 
Não caiu a ficha que estou na Europa. Outro continente, totalmente desconhecido e eu totalmente desconhecida a todos. Me sinto como nunca me senti antes: segura - mesmo com tudo isso que aconteceu. Não estou sentindo homesickness. 
Veramente strano tutto questo! Obrigada Deus, me sinto...posso dizer? Feliz!




 Maya a Roma

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