quinta-feira, 1 de julho de 2010

Ser-Humanismo

Humanismo.
Ser-Humanismo.

Movimento, Filosofia, Rogers? De qual Humanismo devo falar, do que alcança desde quando o homem começa a pensar sua condição enquanto homem ou talvez daquele que os psicólogos tendem a abraçar quando brigam com as dinastias do Comportamentalismo e da Psicanálise? Devo entrar nas artes, no movimento brilhante do Renascentismo, da literatura, da política...da mudança da sociedade ao longo dos nossos tantos milênios?

Explicações: Fui incumbida de escrever sobre esse singelo assunto para o próximo trabalho intermediário do curso de especialização e mesmo antes de me aprofundar nas leituras e pesquisas que antecedem a escrita, senti um ligeiro apavoramento. Não via maneira de abordar esse assunto nem jeito de começar pois tudo escapava ao meu jeito usual de pensar (ou até me interessar) pelas coisas. Então comecei escrevendo como se estivesse escrevendo só pra mim, tal como já faço...e as coisas começaram a acontecer. Respiro aliviada a ter uma base em cima do qual elaborar meu texto. Agora é só incluir as referência que dizem tudo isso que eu digo e estamos prontos! :P (Tem muito mais texto mas para os propositos de um blog coloquei só essa parte).

Acho que esbarro em uma questão antes de esbarrar em “o que é o Humanismo”? que é o tal do “O que é o ser humano?”. Aí começo a ver um caminho para começar a escrever.
É a visão do ser humano que diferencia um “ismo” do outro. Como é vista essa coisa que sou eu, que somos todos nós? Nessa sentido, seja qual for o Humanismo a qual nos referimos, a resposta transforma o “que” dessa pergunta a “quem”. Quem é o ser humano? Palavra que tranforma a pergunta e mostra todo o pressuposto que subjaz tal mudança: deve-se falar do humano a partir do humano.

Como assim, falar do humano a partir do humano, que doidera?  Não é óbvio que fazemos isso?

Não. 
Esse “quem” traz a tona a naturalização que carregamos dentro de nós de que deve-se estudar todas as coisas segundo o modelo das ciências naturais que se embasam na filosofia positivista. Nesse modelo a verdade está aí no mundo, fora de nós, e para alcançarmos a verdade devemos sistmatizar o estudo em métodos que permitem o olhar objetivo sobre ela. Tiremos o tal do subjetivismo que atrapalha a nossa neutralidade e nossa capacidade de chegar a verdade.
 Já naturalizamos que para algo ser ciência, a objetividade deve reinar e deve-se fazer a cisão entre o quem estuda e o que é estudado. Quando abordamos as ciências humanas, porém, temos um dilema natural: o que fazer quando  “quem” observa e o “que” é estudado são a mesma coisa? Onde cabe a objetividade, onde está o objeto? Ao reformular a pergunta em “quem é o ser humano”, cria-se outro caminho para o conhecimento. Esse caminho não ignora as questões expostas acima mas simplesmente não as torna em problema. A resposta é – estudaremos o ser humano com o pressuposto de que é um ser humano. Além disso, é um ser humano que se debruça sobre si mesmo e tem todo o direito e fazê-lo tais como as mãos de Escher que se desenham e são desenhadas. Apreciemos o paradoxo de sermos como somos!





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